Dissertação de mestrado aborda a importância do estágio supervisionado em atividade física para PCD.
- lamappebauru
- 4 de ago. de 2020
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Neste novo cenário, onde o distanciamento social ainda se faz necessário, novas estratégias e ferramentas precisam ser utilizadas para que a pesquisa científica no Brasil (e no mundo todo) dê continuidade e produza novos conhecimentos que contribuirão para o desenvolvimento de profissionais em formação em tempos de pandemia de COVID-19. Um exemplo disto foi a defesa da dissertação de mestrado da professora e especialista Debora Gambary Freire Batagini, que aconteceu de forma virtual no dia 28 de julho, terça-feira, às 9:30 no horário de Brasília.

Aluna em nível de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Humano e Tecnologias do Instituto de Biociências (UNESP Rio Claro) e bolsista CAPES nos anos 2018 a 2020, pesquisou o impacto do estágio supervisionado na formação inicial dos profissionais de Educação Física para o atendimento de pessoas com deficiências (PCD) sob a perspectiva da Teoria Bioecológica de Desenvolvimento Humano (TBDH).
Nesta teoria, do pesquisador Urie Bronfenbrenner, fatores do ambiente influenciam no desenvolvimento da pessoa por meio de um complexo sistema e de relações entre os agentes envolvidos. Além disto, ela considera as mediações e os elementos Pessoais, Processuais, Contextuais e Temporais. Assim, em seu trabalho, Debora fez um resgate a respeito dos modelos de estágios curriculares supervisionados em nosso curso, especificamente nos que se relacionam à Educação Física Adaptada e PCD, considerando estes elementos e possíveis transformações e reflexões a respeito da atual formação dos alunos de nosso curso.

Esquema de elementos considerados nesta pesquisa
“Esta teoria foi utilizada na pesquisa por destacar a importância do desenvolvimento humano e, principalmente, a pessoa em desenvolvimento e o contexto que vivencia. [...] Ela trouxe à pesquisa um embasamento teórico forte e nos ajudou a discutir as relações tríades que temos no estágio curricular supervisionado, que são as relações construídas dentro do próprio estágio, com o profissional supervisor, docente da disciplina e o estagiário”, explicou Debora sobre a escolha desta teoria para embasar sua pesquisa.
Motivada pelo interesse em investigar a formação inicial, principalmente para o atendimento de pessoas com deficiências, e pela sensibilidade que ela tem para a inclusão efetiva destas pessoas, Debora declarou ainda: “É muito importante preparar o futuro profissional de Educação Física para atender às PCD de forma efetiva e esta pesquisa pode nos direcionar para discussões sobre a influência que os supervisores e os docentes têm nesse processo de formação e, principalmente, a modelação do desenvolvimento humano, que nada mais é que os modelos de profissionais à serem seguidos pelos estagiários, sendo profissionais engajados na inclusão da PCD e influenciando de forma positiva na formação do futuro profissional”.

Para o professor Dr. Rubens Venditti Junior, do Departamento de Educação Física da Faculdade de Ciências (UNESP Bauru), coordenador do LAMAPPE e orientador de Debora no programa de pós-graduação, a pesquisa realizada por ela inovou no embasamento teórico para abordar o tema e por trazer a tríade de atuantes no estágio curricular supervisionado, sendo o discente e profissional em formação, o professor supervisor da instituição e o professor responsável pela disciplina na universidade. “O trabalho dela veio em boa hora e em bom tom. Termos estudado o caso do estágio de atividade física para PCD dentro do nosso próprio curso trouxe subsídios para novas discussões e para pensarmos, inclusive, no período pós-pandemia, com alternativas de observação para compor um elemento tão importante que eu acredito ser o estágio supervisionado. Foi um trabalho muito interessante e ela foi muito dedicada e comprometida com a pesquisa”, completou o professor.
O professor Dr. Milton Vieira do Prado Junior, do mesmo departamento, um dos coordenadores do LAPEF (Laboratórios de Pesquisa em Educação Física) e coorientador de Debora, comentou sobre a importância de ela ter articulado em sua pesquisa o Estágio Curricular Supervisionado na formação do discente à pessoa com deficiência, uma área que está em grande evolução, mas que precisa de maior vivência no processo de formação dos futuros profissionais para que a inclusão das PCD seja significativa.

“A sensibilidade que ela teve de buscar dentro da sua vivência de formação e da sua prática profissional junto a estudantes de graduação deu um salto qualitativo na área no sentido de mostrar que o envolvimento do professor, o conteúdo desenvolvido, o profissional que está lá, no mercado de trabalho; mas fundamentalmente, a relação professor-aluno-profissional são decisivos dentro deste processo de formação”, ressaltou o professor Milton.
Debora considera importante que todos os docentes e supervisores de estágios curriculares supervisionados precisam pensar na influência que eles têm em relação à formação do/a estagiário/a, mas esta influência só ocorrerá se o/a estagiário/a estiver aberto/a para modelação do desenvolvimento e compreender a importância desta experiência em sua formação; ou seja, ver o supervisor de estágio curricular supervisionado efetivamente como um modelo de profissional que ele/a quer ser.
A dissertação defendida para a banca examinadora, composta pelos professores Drs. Glauco Nunes Souto Ramos (UFSCar - Educação Física e Motricidade Humana) e Pedro José Winterstein (UNICAMP - Educação Física), estará disponível em formato digital no repositório institucional da UNESP e será divulgada pelo LAMAPPE quando puder ser acessada.
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